sexta-feira, 25 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
sobre o que tá rolando na USP.
Às vezes eu leio algumas coisas no facebook que me deixam puta da vida. A vontade de comentá-las me corrói por dentro, mas, na maioria das vezes, eu prefiro "evitar a fadiga", e sabe por quê? Por dois motivos muito simples: 1. porque a preguiça de manter uma discussão minimamente decente depois de postar minha opinião me consome; 2. porque tem gente que é ignorante e prefere morrer assim mesmo a ouvir e tentar entender a opinião do outro. Maaaaaaaas eu não consigo deixar de comentar o caso da invasão da reitoria da USP. Desde aquela história do livro didático que "ensina português errado" (santa ignorância!), nada me incomodou tanto quanto isso.
Aliás, como não me incomodar com um bando de imbecis dizendo que os estudantes da USP são maconheiros-filhinhos-de-papai lutando pelo direito de fumar maconha livremente no campus? Em primeiro lugar, ser ou não maconheiro não é o foco da manifestação como um todo – generalizações me irritam profundamente. Se vc entende o mínimo que seja de democracia e de autonomia universitária, conquistadas, aliás, por meio da luta de muitos estudantes desse país, vc também entenderia que não se trata de retirar a PM da universidade pra que os alunos possam “fumar maconha em paz”. Talvez alguns estejam lá pura e simplesmente lutando por isso? Sim, com certeza. Mas e vc? E eu?, que estamos lindamente com as nossas bundas grudadas na cadeira escrevendo merda nas redes sociais?
Antes lutar por algo que não lutar por porra nenhuma.
Em segundo lugar, se o cara é ou não filhinho de papai, o que importa? Que diferença isso faz? E qual é (mesmo) a diferença entre ele e vc? É, vc mesmo, sentado aí, em frente ao seu lindo computador, provavelmente cursando ou tendo cursado uma faculdade particular meia-boca e pagando absurdos por isso? O cara, filhinho de papai ou não, tem seu mérito por estar na USP. Alguns podem julgar como preconceito meu falar isso ou até mesmo dizer que estou falando isso só porque cursei uma universidade pública, ou até mesmo justificar com argumentos do tipo “mas vc fez Letras, qualquer um passa em Letras”, mas foda-se. (Passe na UNESP em Letras porque quer SER PROFESSOR – tarefa nada fácil, aliás - e depois pode ser que eu aceite seu argumentozinho).
Nunca fui do tipo “revolucionária”, que isso fique bem claro aqui. Na verdade, sempre fui meio avessa a esse conceito, mas puta que TE pariu, meu filho(a), se liga!
Muito além do direito de fumar maconha, meu bem, esses estudantes, que vcs estão chamando de babacas, estão lutando por coisas que vcs nem sabem que acontecem dentro de uma universidade pública, a qual é paga, aliás, pelos impostos que vcs – ou seus pais (filhinhos de papai, hein?) – pagam.
Tem muito mais coisa ali, e muita, muita coisa SUJA.
E se vcs, que andam falando merda sobre coisas sobre as quais NÃO TEM O MENOR CONHECIMENTO, não forem tão merdinhas e preguiçosos (coisa que, como já disse, também sou) quanto demonstram ser, leiam isso: http://bloglog.globo.com/ticosantacruz/ e aprendam o que é falar algo com conhecimento de causa e sem se deixarem passar por imbecis aos olhos daqueles que, diferentemente de vcs, sabem do que estão falando.
(E só uma última coisa: a USP não tem INTERUNESP!, só pra manter a seriedade da coisa.)
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
só mais uma tentativa frustrada, talvez.
eu fantasio demais. crio, narro e vivo histórias que só existem pra mim, dentro da minha cabeça. e acredito nelas, acredito piamente. acho que por isso a vida é such a beautiful thing pra mim. eu não vivo a vida de fato - não aquilo que chamam de vida, pelo menos - eu vivo a vida que eu criei, que eu inventei e que eu sempre quis ter. mas que seja assim, não faz diferença. as minhas irrealidades são tão reais que ninguém ousaria duvidar delas. até mesmo porque a felicidade que me trazem é mais que real, ultrapassa essa dualidade boba (e talvez inexistente) entre real e irreal.
se o irreal é capaz de ser descrito, pra mim, ele é tão real quanto o próprio "real". tudo aquilo que, de alguma maneira, toma forma é real. mesmo que só na minha mente.
quem disse que há lugar certo pra realidade, afinal?
talvez por conta disso, eu acabe por inventar pessoas. não que eu as invente por inteiro, mas eu as modifico pra que elas alcancem minhas expectativas. porque elas NUNCA as alcançam. e não, não é culpa das pessoas por elas mesmas, é culpa das minhas expectativas que são sempre exageradamente altas.
acho que já falei isso uma vez, talvez mais de uma, mas minha intensidade de vida é irritante. irritante porque me cega diante de algumas coisas, de algumas pessoas, e fazem com que essas coisas e essas pessoas pareçam ser muito mais interessantes do que elas seriam aos olhos de pessoas outras.
talvez seja por isso que ouço dizerem por aí que é complicado me entender. me tornei adulta ouvindo isso, repetidamente. e tá, eu já entendi. e talvez concorde, talvez.
o fato é que entender as pessoas já é difícil, entender alguém que vive (n)um mundo alheio ao que supostamente é real deve ser (mais) complicado mesmo.
mas eu juro que sempre tento explicar. isso aqui é uma tentativa (frustrada, provavelmente, mas é).
é que meus pensamentos me vêm num fluxo assim, meio desordenado e as pessoas se perdem no meio dele ou desistem mesmo antes de tentar segui-lo.
eu desistiria, sério.
na verdade, eu não teria a menor paciência pra ser amiga de mim mesma, nem sequer pra tentar me entender.
a verdade é que eu sou chata pra caralho. mas é porque eu sou de verdade.
sou a minha maior verdade, a maior verdade que eu já inventei.
sou a minha maior verdade, a maior verdade que eu já inventei.
segunda-feira, 27 de junho de 2011
e agora?
parei em frente ao meu notebook, assim, cansada de tudo. cansada desse mundo virtual que se tornou mais real que meu mundo real. cansada da TV. cansada da minha (ainda não) dissertação. olhei pro livro da Clarice, aqui ao lado, e resolvi abrir o meu lugar de desabafos abafados, ainda que tenha o feito sem saber porque e, muito menos, sem saber o que (e se) aqui escreveria.
resolvi começar do começo, pelo título deste post: e agora?
"e agora?" é a pergunta que não quer me abandonar de jeito nenhum. e há algum tempo já. eu tenho essa mania chata de viver o que ainda não há como viver. uma mania irritante de querer fazer tudo ao mesmo tempo e acabar não fazendo nada. às vezes me pego daydreaming, bolando planos mirabolantes, tendo ideias revolucionárias... e isso tudo pra quê? pra acordar, tomar um café, fumar um cigarro, mexer aqui e ali na minha (ainda não) dissertação e passar o resto do dia assim, procrastinando, daydreaming, bolando planos mirabolantes e tendo ideias revolucionárias que nunca, muito provavelmente, deixarão meu mundo imaginário.
e é uma coisa diária assim, sabe? todo dia acordo com aquela vontade de organizar a vida, faço to do lists infinitas, que incluem leitura, filmes, o armário, as roupas, a (ainda não) dissertação (etc, etc, etc) e, no fim do dia, o saldo é sempre negativo. minha vida continua uma bagunça. na manhã seguinte, eu acordo, já daydreaming, já bolando planos mirabolantes e já tendo ideias revolucionárias. FAIL gigante. não sei o que me falta. talvez até saiba, mas prefira não admitir. talvez seja mais fácil continuar me enganando assim, dia após dia, não sei. mas chega uma hora que a gente cansa. cansa de mentir pra si mesmo. cansa de viver um dia após o outro só sonhando e deixando pra viver um amanhã que não chega. e eu nunca, NUNCA mesmo, diria que é por falta de motivação ou de felicidade ou de amigos. isso, paradoxalmente, eu tenho de sobra. talvez digam por aí que o que me falta é vergonha na cara e, como prefiro não anular nenhuma opção, talvez seja. afinal, nunca se sabe.
mas de uma coisa eu sei, de uma única coisa eu sei: é pra cá que eu corro quando eu me canso de esperar por esse meu amanhã que nunca chega.
mas... e agora?
quarta-feira, 23 de março de 2011
gente que não é gente.
aí você só volta a escrever quando todo o resto do mundo não faz mais diferença nenhuma.
hoje eu acordei com Clarice martelando na minha cabeça. martelando de uma forma tão "pulsante", como ela mesma diria. aí eu abro "A Legião Estrangeira" e dou de cara com isso: "(...) Além do mais, o que obviamente não presta sempre me interessou muito." verdade verdadeira. e é esse "obviamente" aí que faz toda a diferença da coisa. tem coisa que não presta, tem gente que não presta. até aí tudo bem. o problema é que tem coisa e que tem gente que, OBVIAMENTE, não presta. tem gente que não é gente. é gente-coisa. por que se importar tanto, então, com gente-coisa? é que gente-coisa é maioria no mundo. e a maioria sempre vence, assim, é senso comum. mas eu to cansada da maioria, eu to cansada do senso comum. eu to cansada de gente que faz coisas porque outras gentes fazem. eu quero gente que saiba ser gente de verdade. aquele conceito de "gente" que eu tenho aqui, na cabeça. não sei, talvez esteja sendo egoísta por pensar que o que eu acho de gente é o que deveria ser gente. talvez. mas o mundo seria um lugar menos coisa. seria um lugar mais... gente. gente de verdade. gente que se importa com gente que se importa.
cansei de me importar com pouca coisa, com gente pouca. gente-gente se importa com gente-gente e com gente-coisa. e se importa com sentimento, e se importa com todo o resto. se importa até com a (gente-)coisa mais não merecedora.
preciso parar de me importar. mas como? como deixar de ser gente-gente? como me tornar gente-coisa?
segunda-feira, 21 de março de 2011
me pegou de surpresa.
eu tenho um grande problema: amar demais. ou, talvez, achar que amo.
amar em excesso é muito pior que odiar em excesso. amar em excesso cansa, dói, machuca. odiar em excesso nos liberta, diz mais sobre quem somos de fato. amar, não. amar cega, amar anula, amar nos esconde atrás de nós mesmos. amar faz com que eu me esconda de mim e faça coisas que sempre abominei. amar me cansa, me dói, me machuca. me a-ni-qui-la... assim, aos poucos, sílaba a sílaba.
e eu não sei sofrer, ainda não aprendi. qualquer sofrimento, por mais ridículo que possa parecer aos olhos dos outros, me derruba, acaba comigo, me coloca no chão. me corrói por dentro segundo a segundo do meu dia, e vai me levando pra longe de mim mesma, me faz cega, não sei. me tapa os olhos, me deixa no escuro e me dá um tapa na cara. e dói. dói muito. dói tanto que eu não sei dizer o quanto dói. é uma dor aguda assim. assim, sabe? dor. dor é uma palavra pequenininha que, na maioria dos meus dias, se resume à "dor de cabeça". ultimamente, não. ultimamente é dor de vida. é dor por saber que não! não, eu não tenho um buraco onde eu possa me enfiar e, calmamente, observar de longe o tempo passar e esperar a dor partir.
é dor por saber que por mais que eu faça e por mais que vocês façam por mim, essa dor vai persistir por um tempo. e que esse tempo, por mais curto que seja, vai demorar pra passar. porque só quem sente essa dor sabe o quanto demora! ai, e como demora. não sei, parece tão insignificante, parece até bobo às vezes, mas é tão real. é tão real que eu me perco nessa coisa de "dói assim mesmo ou eu não sei brincar de dor?". e sabe o que é pior? eu sei a resposta. eu não sei brincar de dor. não to (mais) acostumada com isso. tudo pra mim sempre são flores e risadas. e cerveja, claro. agora não. eu não quero mais rir, nem isso eu quero. eu queria querer, ah, isso eu queria. mas como fingir o riso quando o riso não vem, assim, de verdade? e é tão difícil pra mim saber que ele não vem... porque eu já estava acostumada a esperá-lo chegar naturalmente. e ele chegava sempre. e não parava mais. parece que parou de vez. talvez por uma ou duas semanas, mas não importa. parou. e eu não to conseguindo conviver com isso. tá muito difícil mesmo. eu que sempre fui tão feliz, tão "sempre em frente, não temos nada a perder", parece que me perdi de mim. mas eu vou me encontrar. porque eu acredito, não sei como, nem porque, but I believe.
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