aí você só volta a escrever quando todo o resto do mundo não faz mais diferença nenhuma.
hoje eu acordei com Clarice martelando na minha cabeça. martelando de uma forma tão "pulsante", como ela mesma diria. aí eu abro "A Legião Estrangeira" e dou de cara com isso: "(...) Além do mais, o que obviamente não presta sempre me interessou muito." verdade verdadeira. e é esse "obviamente" aí que faz toda a diferença da coisa. tem coisa que não presta, tem gente que não presta. até aí tudo bem. o problema é que tem coisa e que tem gente que, OBVIAMENTE, não presta. tem gente que não é gente. é gente-coisa. por que se importar tanto, então, com gente-coisa? é que gente-coisa é maioria no mundo. e a maioria sempre vence, assim, é senso comum. mas eu to cansada da maioria, eu to cansada do senso comum. eu to cansada de gente que faz coisas porque outras gentes fazem. eu quero gente que saiba ser gente de verdade. aquele conceito de "gente" que eu tenho aqui, na cabeça. não sei, talvez esteja sendo egoísta por pensar que o que eu acho de gente é o que deveria ser gente. talvez. mas o mundo seria um lugar menos coisa. seria um lugar mais... gente. gente de verdade. gente que se importa com gente que se importa.
cansei de me importar com pouca coisa, com gente pouca. gente-gente se importa com gente-gente e com gente-coisa. e se importa com sentimento, e se importa com todo o resto. se importa até com a (gente-)coisa mais não merecedora.
preciso parar de me importar. mas como? como deixar de ser gente-gente? como me tornar gente-coisa?
"A palavra é o teu domínio sobre o mundo", portanto, escreve. Escreve gestos, escreve (des)gostos, escreve vento. Palavras camufladas de gente forjada, faz da tua "uma verdade inventada"... e, então, tu e teu mundo serão mais, muito mais.
ResponderExcluirsensacinal!
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