terça-feira, 23 de junho de 2009

Eu disse que esse seria o lugar de desabafos.

O sumiço é totalmente justificável: concurso República Redonda da SKOL, algo fútil, mas indispensável para aqueles que adoram se envolver em algum tipo de competição. Tá, acabou.

Bom, conversando com um amigo ontem, o Jota, e lendo o blog de um outro amigo, o Samuca, algumas coisas me vieram a cabeça - estranho seria se não viessem, né?
Pois é. Eu já tinha percebido que, conforme o tempo passava, eu me tornava mais e mais "revoltada" com algumas coisas que me rodeiam (não sei se "revoltada" é o adjetivo adequado, mas tudo bem). Parece que os dias correm de um jeito peculiar e têm a intenção de me mostrar o quão tudo anda errado no mundo (essa idéia cartesiana de "certo" e "errado" me incomoda, mas há certas concepções que persistem em nossa mente, até que sejam descontruídas e substituídas).
Durante os 4 anos da faculdade, aqueles que se interessam em realmente se formar e não apenas em ter um diploma-acessório, gastam toda sua energia e sua vontade estudando de fato e tentanto achar um modo de "melhorar" as coisas. Depois de formadas, essas pessoas percebem o que já era evidente: o buraco é bem mais embaixo, meu caro.
Ser professor nesse país desgovernado, que autoriza a abertura de uma faculdade a cada esquina, é realmente frustrante e desmotivante. Mas utilizar essas desculpas-clichês pra justificar o nosso desinteresse para com a educação é encher o tanque desse círculo vicioso.
Acomodar-se é sempre a melhor opção - e eu digo isso por experiência própria. É melhor no sentido de ser mais fácil. É muito mais fácil colocar a culpa num sistema educacional defasado, na formação inadequada dos professores em muitas universidades brasileiras, na falta de esperança de melhoria, etc. Não se acomodar, por outro lado, é extremamente arriscado e, principalmente, frustrante. Professores bem formados saem da universidade com aquela vontade enorme que, no mundo real, esbarra em uma realidade esmagadora. No entanto, perseverar é a única saída. Não podemos persistir nos erros dos outros, muito menos fazer desses erros os nossos. Justificar de maneira alheia a nós também é estupidez.

Sei lá. Alguém ainda tem que ter um fio de esperança e de vontade. Hope dies last.

2 comentários:

  1. Realmente, o fio de esperança tem de existir. Que o sistema é defasado, ruim e tudo mais já é algo redundante. Mas é a questão que vc cita de se acomodar - se quem se preparou por todo tempo corretamente na universidade não fizer nada por mudanças, quem fará? Esperar que - com o perdão da realidade - quem não foi bem preparado mude alguma coisa é esperar mais do mesmo.

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  2. Concordo em gênero, número e grau e é por isso que quando penso em minha profissão, me vem sempre à cabeça a imagem de alguém "correndo atrás": há tanta coisa para aprender a lidar, que é (quase) impossível seguir ou caminhar lado a lado...
    Enquanto houver forças, nós estaremos todos numa grande maratona.

    [http://www.bloggyglota.blogspot.com]

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