Não importa se vai rolar sertanejo, pagode ou axé. O que importa mesmo é ir pra balada. É marcar presença. É engajar-se em conversas inteligentes, do tipo "Paguei 150 reais por esse camarote!", "Nossa! Que blusa linda, amiga! Comprou onde?", "Esse batom é do Boticário?", "Ah, eu só uso Louis Vuitton", "Cara, você precisa ver meu carro rebaixado". É conhecer a galera "top de linha". É ser amigo do organizador da festa. É comprar um Red Label e colocá-lo em cima da mesa pros amigos beberem à vontade, sem deixá-los perceber, claro, que você deixou de pagar a conta de luz pra mostrar-se agradável. É estar sempre com um copo na mão, mesmo que você odeie o gosto da bebida. É fumar com os amigos, mesmo que a fumaça te incomode. É pegar o carro depois da balada, bêbado, pra mostrar que você não tá nem aí pra Lei Seca e pra vida das pessoas que podem cruzar seu caminho na volta pra casa. E, acima de tudo, é orgulhar-se disso tudo.
Não, não. Não estou julgando o gosto musical das pessoas (em termos), muito menos afirmando que elas não devam se divertir. Quite the opposite. Eu mesma adoro sair com a galera. Estou apenas sugerindo que, para algumas pessoas, o importante é ir pra balada e SÓ ISSO. Pra algumas pessoas não importa "ser", importa "aparentar". Não importa ser gente boa, importa fazer-se de gente boa. Não importa ser rico, importa portar-se como tal. Não importa ser inteligente, importa fazer Relações Internacionais em alguma faculdade cara em São Paulo. Não importa planejar um futuro bacana, importa gastar toda a grana no presente. Não importa querer correr atrás de algo novo pra você, deixando de lado algumas futilidades, importa dar a impressão de popularidade.
É.
Que o mundo virou micareteiro, sertanejo e baladeiro, ahhh, isso não é novidade. É um mundo essencialmente mascarado - se é que se pode falar em "essência". Mas deixemos isso de lado, porque o importante MESMO é ir pra balada.
quinta-feira, 25 de junho de 2009
terça-feira, 23 de junho de 2009
Eu disse que esse seria o lugar de desabafos.
O sumiço é totalmente justificável: concurso República Redonda da SKOL, algo fútil, mas indispensável para aqueles que adoram se envolver em algum tipo de competição. Tá, acabou.
Bom, conversando com um amigo ontem, o Jota, e lendo o blog de um outro amigo, o Samuca, algumas coisas me vieram a cabeça - estranho seria se não viessem, né?
Pois é. Eu já tinha percebido que, conforme o tempo passava, eu me tornava mais e mais "revoltada" com algumas coisas que me rodeiam (não sei se "revoltada" é o adjetivo adequado, mas tudo bem). Parece que os dias correm de um jeito peculiar e têm a intenção de me mostrar o quão tudo anda errado no mundo (essa idéia cartesiana de "certo" e "errado" me incomoda, mas há certas concepções que persistem em nossa mente, até que sejam descontruídas e substituídas).
Durante os 4 anos da faculdade, aqueles que se interessam em realmente se formar e não apenas em ter um diploma-acessório, gastam toda sua energia e sua vontade estudando de fato e tentanto achar um modo de "melhorar" as coisas. Depois de formadas, essas pessoas percebem o que já era evidente: o buraco é bem mais embaixo, meu caro.
Ser professor nesse país desgovernado, que autoriza a abertura de uma faculdade a cada esquina, é realmente frustrante e desmotivante. Mas utilizar essas desculpas-clichês pra justificar o nosso desinteresse para com a educação é encher o tanque desse círculo vicioso.
Acomodar-se é sempre a melhor opção - e eu digo isso por experiência própria. É melhor no sentido de ser mais fácil. É muito mais fácil colocar a culpa num sistema educacional defasado, na formação inadequada dos professores em muitas universidades brasileiras, na falta de esperança de melhoria, etc. Não se acomodar, por outro lado, é extremamente arriscado e, principalmente, frustrante. Professores bem formados saem da universidade com aquela vontade enorme que, no mundo real, esbarra em uma realidade esmagadora. No entanto, perseverar é a única saída. Não podemos persistir nos erros dos outros, muito menos fazer desses erros os nossos. Justificar de maneira alheia a nós também é estupidez.
Sei lá. Alguém ainda tem que ter um fio de esperança e de vontade. Hope dies last.
Bom, conversando com um amigo ontem, o Jota, e lendo o blog de um outro amigo, o Samuca, algumas coisas me vieram a cabeça - estranho seria se não viessem, né?
Pois é. Eu já tinha percebido que, conforme o tempo passava, eu me tornava mais e mais "revoltada" com algumas coisas que me rodeiam (não sei se "revoltada" é o adjetivo adequado, mas tudo bem). Parece que os dias correm de um jeito peculiar e têm a intenção de me mostrar o quão tudo anda errado no mundo (essa idéia cartesiana de "certo" e "errado" me incomoda, mas há certas concepções que persistem em nossa mente, até que sejam descontruídas e substituídas).
Durante os 4 anos da faculdade, aqueles que se interessam em realmente se formar e não apenas em ter um diploma-acessório, gastam toda sua energia e sua vontade estudando de fato e tentanto achar um modo de "melhorar" as coisas. Depois de formadas, essas pessoas percebem o que já era evidente: o buraco é bem mais embaixo, meu caro.
Ser professor nesse país desgovernado, que autoriza a abertura de uma faculdade a cada esquina, é realmente frustrante e desmotivante. Mas utilizar essas desculpas-clichês pra justificar o nosso desinteresse para com a educação é encher o tanque desse círculo vicioso.
Acomodar-se é sempre a melhor opção - e eu digo isso por experiência própria. É melhor no sentido de ser mais fácil. É muito mais fácil colocar a culpa num sistema educacional defasado, na formação inadequada dos professores em muitas universidades brasileiras, na falta de esperança de melhoria, etc. Não se acomodar, por outro lado, é extremamente arriscado e, principalmente, frustrante. Professores bem formados saem da universidade com aquela vontade enorme que, no mundo real, esbarra em uma realidade esmagadora. No entanto, perseverar é a única saída. Não podemos persistir nos erros dos outros, muito menos fazer desses erros os nossos. Justificar de maneira alheia a nós também é estupidez.
Sei lá. Alguém ainda tem que ter um fio de esperança e de vontade. Hope dies last.
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