segunda-feira, 27 de junho de 2011

e agora?

parei em frente ao meu notebook, assim, cansada de tudo. cansada desse mundo virtual que se tornou mais real que meu mundo real. cansada da TV. cansada da minha (ainda não) dissertação. olhei pro livro da Clarice, aqui ao lado, e resolvi abrir o meu lugar de desabafos abafados, ainda que tenha o feito sem saber porque e, muito menos, sem saber o que (e se) aqui escreveria. 
resolvi começar do começo, pelo título deste post: e agora?

"e agora?" é a pergunta que não quer me abandonar de jeito nenhum. e há algum tempo já. eu tenho essa mania chata de viver o que ainda não há como viver. uma mania irritante de querer fazer tudo ao mesmo tempo e acabar não fazendo nada. às vezes me pego daydreaming, bolando planos mirabolantes, tendo ideias revolucionárias... e isso tudo pra quê? pra acordar, tomar um café, fumar um cigarro, mexer aqui e ali na minha (ainda não) dissertação e passar o resto do dia assim, procrastinando, daydreaming, bolando planos mirabolantes e tendo ideias revolucionárias que nunca, muito provavelmente, deixarão meu mundo imaginário. 

e é uma coisa diária assim, sabe? todo dia acordo com aquela vontade de organizar a vida, faço to do lists infinitas, que incluem leitura, filmes, o armário, as roupas, a (ainda não) dissertação (etc, etc, etc) e, no fim do dia, o saldo é sempre negativo. minha vida continua uma bagunça. na manhã seguinte, eu acordo, já daydreaming, já bolando planos mirabolantes e já tendo ideias revolucionárias. FAIL gigante. não sei o que me falta. talvez até saiba, mas prefira não admitir. talvez seja mais fácil continuar me enganando assim, dia após dia, não sei. mas chega uma hora que a gente cansa. cansa de mentir pra si mesmo. cansa de viver um dia após o outro só sonhando e deixando pra viver um amanhã que não chega. e eu nunca, NUNCA mesmo, diria que é por falta de motivação ou de felicidade ou de amigos. isso, paradoxalmente, eu tenho de sobra. talvez digam por aí que o que me falta é vergonha na cara e, como prefiro não anular nenhuma opção, talvez seja. afinal, nunca se sabe.

mas de uma coisa eu sei, de uma única coisa eu sei: é pra cá que eu corro quando eu me canso de esperar por esse meu amanhã que nunca chega. 

mas... e agora?